Ponta de Pedras x Recife o outro lado da moeda

Por: Antonio Carlos Rygaard Jr
Como já foi descrita a saga dos campeões e hora de ver o outro lado da moeda. O sofrimento dos retardatários!
Saímos Mano e Magnitude atrasados e depois da largada. Cacau na hora de entrar no mar viu que o alongador tava quebrado e como não dava para esperar fomos eu e Magnus só. Cacau ficou trocando o alongador e pe de mastro.
Demos algumas cambadas chegamos na linha de partida e não vimos nem a sombra das pranchas. Como não havia tempo resolvemos ir por baixo mesmo. Na altura de Atapuz começamos a acompanhar por baixo os barcos menores. Caímos em alguns bancos de areia e Magnus não conseguia orçar de jeito nenhum ate ir parar em Jaguaribe na praia. Tentou regular o material e nada, diante disso já tinha desencanado e fiquei velejando em Itamaracá. Estávamos tão velozes que em todo tempo víamos o barco de resgate da regata nos acompanhando, pois ele tb acompanhava os optimists La fora!!!
Ate que depois de uns 30 min chega Cacau a Itamaracá naquela alegria e gritando que nem um louco... Foi o empurrãozinho que faltava! fomos eu e Cacau ( Magnus ficou no Iate de Itamaracá ) naquela empolgação ate Maria Farinha ate bater em outro banco de Areia ( dali pra frente não tinha jeito mais, era chegar e chegar !),
Entre bancos de areia, corais, falta de vento e cansaço foi mais de 1 h para chegar no janga e seguirmos nos arrastando beirando os vergalhões de pedra em Olinda. O vento no limite pra planar e um monte de pedras pra bater. Fomos vencendo lentamente ate que Cacau ficou com medo e cambou, como conhecia a área segui em frente ate passar o quartel de Olinda onde acabaram as pedras. Nessa hora nem via mais Cacau, a meta era chegar no dique do marco zero que já parecia tão perto. Foi aí que o vento ajudou e conseguimos chegar a entrada do Porto.
Com a experiência de varias regatas entramos junto ao dique de fora e não deu outra. Fiquei totalmente abrigado sem vento. Depois de umas 20 quedas e beirando a exaustão Cacau chegou e ainda me passou. Então consegui sair daquela represa de vento e fomos lentamente ate a linha de chegada atrás do ultimo veleiro.
Qdo achávamos que tudo tinha acabado, ainda tinha que montar 2 boias, dois rebocadores puxando um navio que estava atracado. Apesar do esporro do pratico de um dos rebocadores consegui passar por fora deles e Cacau teve a brilhante idéia de passar por fora de um e no outro passar entre o rebocador e o navio, chegaram ate a levantar a corda que prendia o rebocador ao navio pra Cacau passar. Como o rebocador estava próximo ao navio e precisava esticar a corda o rebocador acelerou o motor jogando cacau pra baixo do navio. Se não fosse perigoso, a cena foi Hilaria, Cacau com a vela na água com o pe empurrando no casco do Navio Enorme, o Barco da Marinha chegando dando aquele esporo em Cacau, jogando a bóia ao Mar pra tira-lo dali. Depois de momentos de tensão foi tudo resolvido e Renezinho foi La de veleiro e tirou Cacau de La e veio na prancha e cruzou a linha de chegada.
Bem, as 15:30h da tarde, depois de 5h da largada, entre bancos de areia, pedras , vento fraco, quebra de material, uns 10 calos estourados na Mao, sem água , resgate por barco da Marinha, exaustão física.... Valeu o esforço e nos sentimos vitoriosos por isso. Só faltou a galera no Marco Zero bater palma!!!!!
Ano que vem estaremos la de novo. Abraços a todos.

Mano.

Antonio Carlos Rygaard Jr